quinta-feira, 28 de junho de 2012

O sono do Linus

O sono do Linus é uma questão na nossa vida. A gente nunca tinha pensado muito em sono de bebê, não estávamos preparados pro que nos esperava, até hoje estamos sempre tensos e meio traumatizados! rs

Quando ele nasceu, ele mamava e logo dormia, ele ficava no carrinho sem problemas e tinha o sono pesado, acordava de 2h em 2h pra mamar e assim era, sem grandes problemas, ele não chorava muito a não ser quando mexíamos nele pra trocar e dar banho.

No segundo mês o negócio desandou... foi o pior mês dele definitivamente! Ele chorava praticamente o tempo todo, sem exageros! Ele estava sempre chorando e eu que nem zumbi tentando acalmá-lo o dia inteiro. Era colo, era sling, era música, era compressa quente, era peito, era shantala, era banho submerso, era cama compartilhada... ele não aceitava nada! Nada! Ele se esgoelava, ganhou pouco peso porque quase não mamava, quase não dormia, nada ajudava! E foi quando eu busquei ajuda na internet e cai nesse mundo de blogs de mães - eu estava desesperada, fedida, magra, com prisão de ventre, com fome, suja com o mesmo pijama a semana toda o tempo todo! Sei lá como sobrevivi, mas sobrevivi e finalmente a luz no fim do túnel apareceu, eu encontrei o Dr. Karp e seus conselhos sobre a exterogestação e foi o que nos salvou! Não... ele não dormiu placidamente nem virou um bebê calmo e dorminhoco... mas ele conseguia voltar a dormir por 2h seguidas e todos aqueles truques ajudavam ele a parar de chorar pelo menos um pouquinho! E assim eu ficava com ele no sling em estátua sentada no sofá até a próxima acordava... ele a partir daí não descolou mais, era tentar botar no berço que era o berreiro... e pela nossa preservação, eu ficava colada porque senão ele não descansava nada e nem eu... foi aí que todas as nossas manias com ele surgiram.

Com o tempo ele foi parando de chorar o tempo todo e recusou de vez o pacotinho (a gente chama de pacotinho aquele jeito de enrolá-lo no cueiro) aos 4 meses... nesse ponto a cama compartilhada já estava firme e forte, ele acordava, eu dava o peito, ele dormia e eu dormia, todos dormíamos enfim (antes o pai também acordava de madrugada pra balançar porque nem no peito ele dormia).

No meio disso tudo eu descobri o Soluções para noites sem choro e li praticamente tudo que tem lá, comprei o livro e segui o plano... anotei todos os horários, mudei rotina... e melhorou, ele ainda acordava a cada 2h mas imendava com as mamadas e com a rotina eu já sabia quando era choro de sono ou de fome... os intemediários eu nunca soube, era sempre tentativa e erro. rs. Mas assim eu conseguia evitar dois tipos de choradeira e isso foi outro avanço.

E assim continuamos... depois de 1 ano tentamos (e ainda continuamos) com a homeopatia que parece que não nem cócegas, mas damos mesmo assim. Com o interesse dele criamos o hábito de ver livrinhos antes de dormir e colocamos uma música de fundo contínua a noite toda pra abafar os sons externos. Se faz o sono dele ser melhor eu não sei, mas ajuda a sinalizar que a hora de dormir está pra acontecer, ele mesmo pede os livrinhos e a música e quando está cansado já sobe na cama, deita e pede pra mamar e quando é o pai que o faz dormir, ele pega um patinho de pelúcia e vai pro colo.

Nós nunca saímos a noite ou atrasamos os horários da rotina de sono dele (incluindo as rotinas de soneca), exceto raras exceções de atraso de no máximo 1h, que foram o caos... de acordadas de 2h em 2h, ele vai de 40 em 40 minutos até o dia seguinte.

Nas noites boas ele imendava 3h seguidas de sono e em umas 2 vezes ele dormiu 4h seguidas.

As sonecas sempre foram curtas, 40, 45minutos... que eu imendava com peito pra ele dormir mais 40 minutos, mas já faz alguns meses que ele não imenda mais. Então fica só com os 40 minutinhos.

Eu também sempre tentava fazer ele fazer as sonecas no colo ou no carrinho, mas nem sempre tinha sucesso. Então ia pro peito. Tudo pra preservar o sono dele, pra que a noite não fosse o inferno! rs.

Daí que isso estava se tornando insustentável... ele ficou grande, pesado e cada vez mais difícil de pegar no sono, cheguei a ficar com ele no peito por mais de 1h até eu conseguir sair da cama sem que ele acordasse... é bem absurdo, mas era a única maneira que ele dormia... a gente deitava na cama, ele mamava deitado e quando ele dormia, eu saia silenciosamente.

Então decidimos que faríamos o desmame noturno...  e uma vez deixei ele a noite toda com o Henrique, e ninguém dormiu nada, se dormimos 3h foi muito, todos ficamos cansados e deprimidos e desistimos.

Nisso eu achei o plano de desmame noturno do Dr. Gordon e simpatizei... e desde semana passada estamos com ele e os resultados estão sendo incríveis! Mas isso é pra outro post!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pelo parto com amor.

Tá rolando toda uma movimentação a favor do parto ser uma decisão genuína da mulher... que eu acho muito certo! Daí resolvi falar disso também, porque isso é um dos assuntos que mais marcaram minha vida. Eu que nunca pensei sobre isso, depois de grávida, só sabia pensar, conversar e ler sobre isso. Não quero ser militante, não quero ser pregadora de verdade alguma, aliás, acho até difícil lidar com tudo isso porque nas minhas decisões, sou muito convicta, mas também sei que a minha escolha é a minha e de mais ninguém, que não cabe a mim dizer o que é melhor para o outro... mas não há como não tentar espalhar a sementinha de nossas próprias verdades por aí.

Já me deparei com várias situações diferentes, de pessoas que eu queria poder ajudar ou interferir, mas não cabe a mim mudar e sim a pessoa estar disposta e as pessoas mais próximas também e esse é o grande calo desse assunto! Porque não é dizer que tem um artigo medico que diz que o normal é melhor e o caramba sendo que a experiência de vida daquela pessoa a leva pro extremo oposto. É preciso muito mais que um relato de parto e alguns artigos médicos pra transformar uma pessoa. É preciso que exista uma acolhimento maior, é preciso que as pessoas que cercam a vida de uma grávida estejam apoiando com amor, que o pai da criança esteja disposto a passar pela experiência junto, é preciso que a mulher se sinta cuidada e amada, que seja encorajada com boas energias todos os dias da gestação... é o que eu acho.

Por exemplo, tenho uma prima que raramente vejo, mas a vi grávida e soube depois que ela teve uma cesárea agendada, e eu me lembro dela comentando bem daquele jeito que médico fala "ah, vamos ver, quero normal, vamos ver se dá"... opa pera lá, não seria o caso, de quem realmente acredita nisso dizer "vai ser normal, não tem porque não ser, estou tão bem, estou esperando o melhor", bom pelo menos era assim que eu pensava e assim tive meu filho pelas vias naturais. Bom, não sei bem o que rolou com ela, mas ela com certeza não foi envolvida a favor da causa pelo médico, pela família, pelo marido e por ela mesma... por sermos da mesma família, eu sei que ela ouviu que a cesariana é melhor por muitos motivos e motivada pelo médico, assim o fez sem grandes questionamentos. Não to crucificando não, mas é isso que acontece com a grande maioria das mulheres, não é mostrado a elas todas as possibilidades e sim só um lado da história, que é sempre o lado de que vai ser mais rápido e indolor. (que na real depende da maneira que se vê, pra mim, por exemplo, uma cirurgia seria uma dor profunda). Mas isso também acontece por um outro motivo, que é a construção desse mito, o que me faz lembrar da minha vizinha, que teve seu filho em hospital público, em um parto normal... onde o "normal"é na verdade um abandono da mulher em trabalho de parto, onde todas são deixadas sozinhas cada uma em sua maca com seu sorinho esperando os 10 cm. Parece mais um campo de concentração de tortura a parturientes! Não é a toa que as mulheres tem tanto medo desse momento. Não é a toa que essa minha vizinha queria tanto uma cesárea, ela que chegou no hospital sem dilatação, com a bolsa estourada, teve o parto induzido, sem acompanhante, com outras grávidas em condições similares, sem saber o que acontecia com o próprio corpo, sem alguém que a acalmasse, sem que pudesse caminhar, comer, gritar, sem intimidade, sem carinho, sem nenhum esclarecimento e só sendo tratada de maneira invasiva com hormônios artificiais e exames de toque dolorosos um atrás do outro pra na hora final um homem qualquer pular em cima da barriga dela pra expulsar o bebê pra fora! Veja bem, isso só pode ser terrível  e foi aí que as cesareanas ganharam força! É todo um sistema machista que não tem o mínimo olhar para o momento delicado que é o parto. Agora quem convence essa mulher que o parto pode ser lindo? Eu ainda não consegui! rs

E sabe o que eu acho? Eu acho uma bela merda que seja assim... eu penso no adolescente que sonhou em ser médico, que estudou que nem desgraçado pra passar no vestibular, que aguentou tanta coisa na faculdade e chegou finalmente ao seu consultório pra mal olhar na cara da paciente e não esclarecer absolutamente nada e se achar no direito de decidir uma coisa tão crucial na vida de uma mulher. Será que era mesmo esse o objetivo? Acho que o nosso sistema de educação, de saúde, a maneira que se desdobram as relações familiares e socias nos desviam dos nossos sonhos e nos deixam tão desgastados que lutar pelo sonho é muitas vezes uma luta que abrimos mão porque é mais fácil, mas rápido, porque "precisamos" pensar em nós mesmos, em ter cada vez mais coisas.... mas todas essas coisas se tornam tão vazias, que quando nos damos conta, esse vazio já tomou conta das nossas vidas, tudo parece não ter mais importância! É um perigo! Precisamos rever tudo que acreditamos e nos relembrar todo dia daquilo que queremos semear, daquilo que queremos pra nós e para os outros, e nunca deixar isso se perder e é essa a nossa causa do parto, de espalhar informações para que cada vez mais mulheres tenham condições de terem partos coerentes com seus desejos mais íntimos, de maneira clara, conhecendo todos os lados da verdade! Porque o justo é que nós mesmas possamos decidir o que é melhor pra nós e para nossos filhos.

domingo, 17 de junho de 2012

Receita em clima de festa junina

Aqui vai uma receita muito boa de pé de moleque!

Não para os pequenos... pros grandes comedores de açúcar mesmo!

Peguei a receita de um livro do Leite Moça, que tenho há anos e mudei um pouquinho a receita que originalmente é com rapadura, mas a minha é com açúcar mascavo.

Pé de moleque com açúcar mascavo.

Ingredientes:

2 xícaras de chá de açúcar mascavo
1 xícara de chá de açúcar refinado (ou cristal)
400g de amendoim sem casca e sem sal
1 lata de leite condensado
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
manteiga para untar

Modo de preparo:

- Leve ao fogo, numa panela grande, o açúcar mascavo com 1 xícara de chá de água e deixe até derreter
- Junte o amendoim e o açúcar refinado e deixe até a calda ficar bem grossa, mexendo sempre (cerca de 15 minutos)
- Junte o leite condensado e o bicarbonato e mexa por mais 10 minutos
- Retire do fogo e despeje a massa sobre uma superfície lisa e untada com manteiga (mármore, tábua de madeira ou assadeira grande). Se desejar, alise a massa com rolo para massas untado, deixando a massa na espessura desejada (eu só jogo na assadeira e dou uma espalhadinha com a colher). Depois de frio, corte em quadradinhos ou losangos.


Fica mais molinho que os que a gente compra e é uma delícia! É fácil de fazer, só precisa ter o braço fortinho, porque tem que mexer o tempo todo.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Quando juntamos bebês

Esse fim de semana viajamos prum lugar onde tinham mais 3 bebês. O Tiê, de 1 ano  e 10 meses, o Samadi que acho que tem 1 ano e meio e o Luis Felipe que tem um pouco mais de 2 anos. Daí juntou uma turminha de pititicos muito legal. Todos eles estavam meio que no mesmo estágio, mesmo com idades diferentes...  cada um criado de um jeito bem diferente do outro. E claro, um bem diferente do outro!

O legal de ver crianças de idade próxima interagindo, ainda mais nessa idade é ver como eles se resolvem... eles ainda não falam e claro, não sabem argumentar, mas cada um faz questão de impor seu jeito e ao mesmo tempo querendo interagir com o outro! O Linus era de longe o mais mocinha, mais acanhado, mais delicado de todos... deve ser porque só ele tinha essa rotina só com a mãe...e nessas ele acabou apanhando de todos... era chorar que o Tiê batia mais, aliás, o Tiê era o mais moleque, já tinha perdido muito da cara de bebê fofo e já parecia bem molecão... O Samadi era menorzinho, mas se mexiam com ele, ele já revidava com murrinhos, mas era um bebê muito fofo e falante! Apesar de ser mais novinho, era o que mais falava. O Luis Felipe eu vi menos, mas ele era na dele e muito sorridente, brincava com todos, como já frequentava a creche, já estava a vontade com a situação de compartilhar o espaço e a atenção dos adultos.

Uma coisa muito engraçada que acontecia entre eles era que eles sempre acabavam brincando de siga o mestre, eles estavam sempre se imitando, correndo um atrás do outro, um querendo a mesma coisa que o outro! rs Eu achei muito engraçado, as vezes um pouco caótico, mas num geral muito divertido... parecia mesmo que eles se entendiam e estavam fazendo alguma coisa mirabolante que só eles entendiam. Fiquei lembrando de um desenho que eu assistia quando era criança, "Os anjinhos".... era muito daquele jeito!

Estava muito frio e chuvoso, tinha muita lama, passamos frio, mas valeu a pena a vivência entre bebês que é ainda tão rara pro Linus. E pra gente foi bom ver que ele é carinhoso com os outros e que ele gosta de estar entre outros bebês, o que me dá mais segurança com a idéia de colocá-lo na escolinha. Acho que agora ele já está mais pronto pra isso.

Foi ótimo vê-lo brincar com os outro pititicos!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Maternar é fácil ou difícil?

Olha, eu não sei dizer exatamente... assim, ao mesmo tempo que é muito normal como conviver com qualquer outra pessoa, com altos e baixos, também tem o lado de que essa pessoa é uma pessoinha sem moral e julgamentos que depende dos seus pra se adaptar ao mundo ao redor. E isso pesa muito... pesa porque se você parar pra pensar, isso é uma coisa boa, que todos desejam, mas não, sabe? Ninguém quer ser julgado, cobrado ou algo assim, mas como mãe você cai nessa condição e não é tão legal assim... não é porque nessas, das duas uma, ou você fica noiada que ele vai aprender tudo de você então você precisa de mais auto-controle do que você já teve na vida toda... ou você vai se permitir comportamentos que você nunca teria com mais ninguém.

Na verdade estou falando isso porque hoje eu fiz uma coisa que eu nunca fiz, e pensando a respeito, me liguei que só fiz isso porque era com o Linus, por conta disso tudo que acabei de falar e depois me arrependi, sei lá... as consequências não são legais. Enfim, o caso é que o Linus jogou um caminhãozinho de madeira no meu pé descalço e eu fiquei puta porque doeu desgraçadamente e peguei o brinquedo e joguei longe e ele se espatifou. Depois o Linus chorou muito e muito confuso e soluçando e gaguejando foi recolhendo as partes e me dando, como se eu fosse milagrosamente juntar tudo de novo... foi triste, mas ao mesmo tempo eu só fiquei meu pasma com a minha reação e estou pensando nisso até agora... sabe, ele anda jogando coisas e batendo com as coisas na gente e não adianta muito falar que não, no máximo adianta tirar das mãos dele a troco de choro e segurar-lo pra ele não dar tapas na gente com as próprias mãos... daí há aquele pensamento de que se ele ver uma reação dessa ele vai entender que dói, que faz mal de alguma maneira agredir alguém. Péééé! Errado, muito errado, porque só por hoje eu já pude ver que ele ficou ainda mais frustrado e quis bater muito mais, como se aquela cena toda estivesse mostrando que quando nos sentimos mal, temos o direito de destruir alguma coisa. Daí fiquei pensando nessa minha derrapada maternal... por quanto tempo isso vai ecoar no comportamento dele, se vai passar ou vai ser um desses comportamentos subconscientes que temos pelo resto da vida... é, eu vou muito longe! Sou muito preocupada com a maneira de mostrar a ele como se relacionar com o mundo e eu sei que eu mesma não sou um sucesso social! Tenho problemas que nem eu sei dizer e não queria que ele tivesse tantos quanto eu.

O caso é que maternar não tem manual, isso que eu fiz, pra mim significou muita coisa, pra outra mãe pode ser corriqueiro... e isso não quer dizer que o filho de um ou de outra vai ser uma pessoa melhor ou não, tanto porque as variáveis são tantas e a gente acha que tem algum controle, mas tem tão pouco! Quantas pessoas conhecemos que cresceram na mesma casa, são indivíduos tão diferentes entre si?

Acho que o difícil é a nossa relação com o que nos comprometemos, com o que idealizamos e não exatamente nossa relação com nossos filhos... a relação com os filhos é fácil, difícil é lidar com nossos monstros pessoais. Toda dificuldade brota de nós mesmos e não do outro. Será?