quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sobre respeito, valor e individualidade.

Hoje eu li esse artigo na internet vi que muita gente comentou e tal, de muitas maneiras e me deu vontade de escrever no que isso me fez pensar.

Daí que eu acho essa atitude do pai uma coisa legal, assim como um pai também não usar saias também pode ser legal... a questão não é uma pessoa do gênero masculino estar usando uma roupa tradicionalmente do gênero feminino. Pra mim, vai muito além disso, porque afinal de contas, é tudo pano.

É a sensibilidade de não criar um monstro em cima de uma brincadeira, de uma curiosidade que o menino teve, foi lutar contra todo o preconceito que surgiu em volta de um vestido, afinal, é só um vestido, como disse antes, é uma roupa e pode ser usada de várias maneiras, qual o problema nisso? Não podar esse querer infantil é importante pra criança se permitir explorar e se conhecer, isso pra tudo, se a criança quer comer com as mãos, por que não? Se ela quer usar a colher pra cavucar a terra do jardim, por que não? Se a criança quer escolher a roupa dela, por que não? Dá pra entender? Essas atitudes não desrespeitam ninguém, não vão atrapalhar o próximo nem vai colocar em risco a saúde de ninguém.

Mas é claro que não é só isso e pronto, a sociedade não funciona assim, você ser assim é ir contra a regra da maioria... e nisso, mesmo sendo a favor das escolhas do filho, é importante explicar sobre a cultura de onde vivemos,  sobre os estranhamentos que acontecem, sobre outras culturas que fazem diferente e como as pessoas convivem com as diferenças. E sim, é tudo um ponto de vista, o "normal" é só um ponto de vista... normal pra mim é não me depilar, normal pro meu marido é usar colares e pulseiras. Pra muitos outros o normal é oposto, e tudo bem, cada um tem uma individualidade e é importante cultivar e respeitar cada peculiaridade que carregamos porque é isso que nos faz felizes, é sendo genuínos que abrimos caminhos para nos encontrarmos com pessoas com quem temos afinidades, com quem faremos futuros projetos, com quem vamos nos divertir, compartilhar histórias e quem sabe, fazer diferença no mundo. Não há nada que caminhe bem entre pessoas que não se gostam... eu penso assim.

E essa coisa de pessoas que não se gostam, também é parte da vida que isso aconteça né? Mas é importante que as pessoas, apesar das diferenças, se relacionem com respeito. Porque nunca sabemos os valores das pessoas sem que a conheçamos a fundo e isso nós só fazemos com poucos, com a grande maioria, ficamos no superficial, por milhares de motivos, e nisso acho importante sempre fazer o exercício de lembrar que tudo nessa vida, que não prejudique ninguém, é válido, é verdadeiro... pode não ser a nossa maneira de lidar,  mas é a do outro, e é valida, é verdadeira e não está fazendo mal a ninguém.

Aqui em casa somos uma minoria, e sabemos muito bem o que é ser alvo de uma sociedade que só considera certo uma única maneira de ver e viver a vida, então pra nós, essa questão é seríssima. Com certeza fazemos questão de ensinar o Linus o valor de respeitar a individualidade das pessoas.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Coletor menstrual

Passei 2 anos e meio sem menstruar e quando voltei a usar os absorventes tradicionais e mesmo o ob, me senti completamente desconfortável e com nojo de sentar e sentir o molhadinho, de andar e sentir o sangue seco nas bordas... e mesmo o ob, que vaza e fica com o cordãozinho molhado! Quem é mulher, sabe como é... enfim, é desagradável...

Daí que no meio desse tempo todo sem absorventes na minha vida eu tinha ouvido falar no tal do coletor menstrual e achei nojenta a idéia de puxar um copinho cheio de sangue! Achei que seria uma grande lambuzeira, que ia voar sangue pra todo lado... passei um bom tempo pensando o quanto essa idéia era um lixo nojento. E esqueci. Até que menstruei e convivi com os absorventes de novo.... e reconsiderei o coletor menstrual. Afinal, comentam por aí que os absorventes comuns possuem alguma química que faz o fluxo der mais forte do que ele realmente é, assim como aumentam o odor e o coletor, por ser de silicone, é simplesmente um copinho que não influencia em nada. Daí eu investi, é meio caro a princípio, mas se bem cuidado, dura 15 anos e eu comprei botando fé que ia ser legal, apesar do estranhamento.

E foi assim, no começo eu estranhei muito colocar  e tirar, tive que cortar um pedaço da haste que fica embaixo pra ajustar melhor, experimentei posições diferentes pra colocar e tirar.... coloquei e tirei várias vezes até pegar o jeito, mas no terceiro dia eu já estava especialista no negócio! É preciso estar a vontade, relaxada e claro, não ter nenhum pudor de ficar enfiando o dedo na vagina. Aliás, falando disso com outras mulheres, acho que elas realmente tem pudores com a própria vagina. É preciso perceber como ela é, como se contrai e relaxa, e sim, precisa colocar o dedo um pouco lá dentro. Como eu fico em casa, é mais fácil, eu tenho a pia logo do lado da privada e já lavo na mesma hora, pra quem passa o dia fora, é possível descartar o sangue na privada e secar o excesso com papel mesmo.

Agora sobre o fluxo... há quem pense que aquilo vai vazar muito rápido, eu mesma pensava. Afinal um ob vazava comigo em 4 horas. Mas quando eu tirava o coletor em 4 horas, via que não tinha enchido nem metade do copinho! Isso no dia de maior fluxo! E eu fiquei muito surpresa com isso... a noite coloquei e só tirei no outro dia, 12hs depois e de novo, nem metade do copinho! Vi que eu poderia passar 12h sossegadamente sem preocupações, o sangue não é metade do que parece ser... e sem cheiro! Sem vazamentos, sem desconfortos. Se bem colocado, não se sente nada. muitas vezes eu esquecia que estava menstruando. Achei ótimo. Recomendo! É limpo apesar de não parecer, com ele fabricamos menos lixo, aprendemos sobre nossos ciclos, cheiros e cores, sobre nosso corpo. E sem o desconforto constante dos absorventes comuns. E podemos espirrar menstruadas sem sustos! rs

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

As palavras do Linus

Aqui vão algumas palavras do Linus:

Amaié -  amarelo
Vmei- vermelho
Aszul -azul
Sêta - senta
Vanta - levanta
Bem - vem
Góti - gosto
Tó - tó (quando oferece pra alguém)
Sau - tchau
Mê - comer
Mamão - banana
Ufa- uva
Xii - mexerica
Aois - arroz
Baba - batata
Baim - banho
Naiis - nariz
Oii - olho
Oiê - orelha
Boca - boca
Deti - dente
Bê - cabelo ou cabeça
Pé - pé
Mei -meia
Papato - sapato
Pato - pato (que ele dorme abraçado)
Sá - chá
Ága - água
Não - não
Xim - assim
Bem cá - vem cá
Num qué - não quer
Cainho - carrinho
Caím - Carin (a gata)
Maí - Marrí ( a outra gata)
Taxo - cachorro
Pexi - peixe
Bóin - bolinha
Pan - panda
Totô - Totoro
Cáo -carro
Úix - luz
Cuiu - escuro
Vovó
Mamãe
Papai
Tio


E tem mais todo dia, mas só me lembro dessas agora

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Linus e a escolinha

Antes da escolinha, o Linus passava o tempo todo comigo, como o Henrique chega tarde do trabalho, ele só ficava com o Linus por 1h de manhã... e quando chegava, o menino já tinha dormido... basicamente, toda a vida social do Linus era eu, porque por mais que eu saísse com ele, não tem nenhum lugar durante a semana que tem crianças pra ele brincar,  mesmo em parques aqui perto. Parece que só são frequentados no domingo mesmo...

Daí que eu não tinha mais idéia nem saco de brincar com ele o tempo todo, tanto porque ele não estava nada colaborativo e tudo entediava ele muito rápido (acho que ele estava era entediado de mim, apesar do grude). E eu também estava em de saco cheio de não fazer mais nada o dia inteiro além de tentar distrair ele sem sucesso. E nisso decidimos que ele iria pra escolinha por meio período.

Daí que decidimos pela particular porque a pública tem fila de espera, menos flexibilidade de horário e era mais longe. E fomos visitar nossas 2 opções aqui perto e tinha que ser perto porque eu levo e busco ele a pé.

Nas duas visitas levamos o Linus pra conhecer a escolinha junto com a gente, pra ver como ele reagia dentro do ambiente. A primeira ele ficou maluco de alegria, não quis sair do parquinho, correu pra todos os lados e logo de cara já fez charminho com as tias. A segunda ele ficou impaciente e não quis sair do meu colo. E claro que escolhemos a primeira, por esse e váááários outros motivos. O Linus sabe escolher bem! rs

Na primeira semana ele ficou só 1h por lá e assim seguimos a adaptação... sempre chorando na estrada e meio emburrado na saída mas nada além do normal. Hoje em dia ele faz bico na hora de entrar mas saí sorrindo e mandando beijo pra todo mundo!

E o que mudou?
Bom, ele ficou absurdamente incomparavelmente muito mais colaborativo, espera sem chorar, se envolve nas brincadeiras, gesticula mais quando quer pedir alguma coisa, coisa que antes era uma resmungação sem fim, agora ele aponta, tenta falar ou pega por ele mesmo e traz pra gente. E engatou a falar muitas coisas, mas acho que isso já ia acontecer de qualquer jeito. Hoje eu posso estar por perto sem que ele venha se pendurar e chorar nas minhas pernas! Dá pra brincar junto e fazer a brincadeira render, ele se concentra mais em tudo e na presença de outras crianças ele brinca junto sem que eu esteja do lado colada nele... antes ele não queria nem sair do colo e chorava se chegassem perto dele! Agora ele corre junto, se joga, nem liga se esbarram nele... gosta de imitar os mais velhos! Enfim, ele destravou e nós achamos lindo!

E eu tenho tempo pra mim, pra cuidar da casa, pra pensar em trabalho e em mim mesma. E nisso, ficar com ele não é mais um tédio, muito pelo contrário... agora é muito mais amor e muito menos frustração.