quarta-feira, 16 de maio de 2012

E a vida profissional?

Acontece que eu nunca tive uma de fato.

No ensino médio fiz curso técnico de design de interiores e trabalhei com isso por um mês, se é que dá pra dizer que trabalhei... era um escritório e eles me contrataram como estagiária, mas eram 2 pessoas trabalhando lá e eles saíam assim que eu chegava e eu só os via no dia seguinte, eu passava a maior parte do tempo na casa deles que era no fundo, eu, a empregada, a babá e o bebê. Eu era a menina que atendia o telefone, que quase não tocava. Como era péssimo, eu saí.

Nessa mesma época trabalhei numa loja de cds/ dvds e outras coisas, como vendedora. Mas eu não vendia  nada, era dessas lojas que as pessoas pegam o que querem e vão pro caixa, mesmo assim eu era café com leite, não tinha repertório musical ou o que seja, eu ia lá pra conversar e ganhar alguns trocados. Depois me mandaram embora, eu e uma renca, a loja não tava rendendo o esperado.

Depois eu encarei o vestibular, queria fazer arquitetura, mas passei em artes, que era segunda opção. Daí fui eu pra Unesp (uh! Olha a pressão da universidade pública! Pressão só de quem olha de fora, claro.)... achei ruim, tipo bem ruim mesmo, eu acostumada com o ritmo de ver as coisas acontecerem de uma forma ou de outra, caí numa eterna enrolação sem fim e aparentemente sem propósito (ainda não achei esse aí). Algumas poucas aulas foram boas, e de uma certa maneira, até certo ponto era bom porque eu usava os ateliers, que não eram lá grande maravilha, sempre com mil empecilhos da instituição, mas eu consegui fazer alguma coisa, mas pra mim era muito desanimador porque eu me achei na cerâmica, estava muito envolvida naquilo, mas as queimas eram terríveis e demoravam meses pra acontecerem e pra quem não sabe, cerâmica sem uma boa queima não é nada. E eu nada aprendi de queima... ou qualquer conhecimento mais minucioso... e isso foi me brochando demais.

Nesse meio tempo conheci o Henrique, lá mesmo, daí a gente colou um no outro, várias coisas aconteceram e eu engravidei e continuei indo pra faculdade, pra fazer nada. Pra ver as pessoas, vai, pra não dizer nada... porque é pra isso que serviu, lá era uma grande sala de encontros, que também não rendiam muita arte em si. rs. Mas era legal... o problema é que era das 8h as 18h, agora me diz se dá pra ficar de enrolação tanto tempo? Até dá se você não tem mais nada pra fazer na vida... mas depois do Linus, ah minha gente, definitivamente, absolutamente (como diria Lola, de Charlie e Lola) não dá. Eu suspendi o último ano e pra quem perguntava eu dizia que a minha matrícula estava lá e eu poderia suspender até 2 anos, o que não é nenhuma mentira. Mas a verdade é que eu não volto. Não volto porque sei que não vou ser professora em escola alguma, não vou trabalhar em museu ou coisa parecida e muito menos virar pesquisadora (incompatibilidade, eu definitivamente não me encaixo no mundo acadêmico rs). Daí, pra que fazer? Ainda mais artes?

Mas e aí? Vai ser mãe social? (Sabia que existe essa profissão? Descobri ontem). Não, não vou ser mãe social e acho que as possibilidades de ocupação na vida não estão todas ligadas ao ensino superior ou coisa similar... e é o meu caso, a faculdade me trava, me brocha. Eu tenho muita vontade de estudar sim, mas de outro jeito, com outro foco e eu já sei o que gosto de fazer, no que eu sou boa fazendo... e está tudo muito bem preservado pra hora que eu tiver mais tempo e me sentir bem em conciliar minha vida de mãe com a minha vida de artista, ou como quiserem chamar. Eu gosto de botar a mão na massa, ver funcionar, ver acontecer! Quero fazer sem ter que inventar uma mentira conceitual o tempo todo, saca?

Sei lá... isso é só pra desabafar que a minha vida não vai pro saco porque não terminei a faculdade e virei mãe. Faculdade nunca garantiu nada pra ninguém, e eu também não quero ter um trabalho que eu odeie, se eu tenho a opção de fazer do jeito que me satisfaz, assim vai ser.

E pra quem nunca viu nada do que fiz nesses tempos:
 minha página no flickr
ainda é pouco, mas já é um começo.

3 comentários:

  1. Olá, nas minhas andanças por blogs de mães parei aqui e gostei, tenho uma filha de 21 meses,já dei uma espiada no seu trabalho no flickr, adorei, criativo e de bom gosto, parabéns,
    bjs

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