quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pensamentos sobre a vida dentro e fora da cidade grande

Eu estava agora lendo um texto que falava na questão de como alguns assuntos se tornam tão complicados para serem conversados com os filhos: morte e nascimento são os assuntos que parecem mais assustar os pais.

Fiquei pensando se quem mora numa fazenda tem as mesmas questões, ou se essas questões tem o mesmo peso.

Pensa comigo, uma criança que cresce num lugar onde ela convive com animais, com certeza vai acompanhar todas as fases de desenvolvimento dos bichos. Vai ver ovo virando pinto, virando frango, virando galo ou galinha... vai ver eles cruzando, um em cima do outro com movimentos estranhos e tudo mais e vai ver o ciclo continuar... vai ver o ovo sair da cloaca e assim vai. E vai pegar esse ovo, que ele sabe que pode vir a ser um pinto... mas vai comer, porque sabe que é comida, que faz parte da vida comer, assim como vai ver algum outro bicho invadindo o galinheiro pra roubar ovos.

Vai ver os pais matando o frango desde pequeno, vai ser normal pra ele conviver com o nascimento e morte. E não só dos animais que criam, mas de todos que circulam por lá... minhocas, insetos, pássaros, ratos. Vai ser normal lidar com corpos mortos, enterrar, ver aquilo se tornar alimento pra outro animal ou voltar a virar terra.

Vai ver animais mais próximos se procriando, vai ver um bezerro nascer no tempo dele e indo mamar, de um jeito natural e longe de aparelhos médicos, sem a idéia de tortura que existe hoje em dia em relação ao parto.

Também vai ver outros jeitos de nascer, de sapos, de peixes, de insetos...

Eu honestamente acho muito rica essa vivência que a cidade não tem. Queria ter vivenciado isso, até hoje tenho vontade e estou em busca disso. Acho digno conseguir lidar com toda a vida que envolve e a minha, se como o que como, sinto desejo de vivenciar todo o processo, seja vegetariano ou não. Quero ver a semente virar verdura, assim como quero ser capaz de cuidar da minha galinha e meus ovos, dos peixes e tripas. Quero poder aproveitar tudo e fazer do descarte um reaproveitamento de energia, quero me sentir parte da natureza, interferindo de maneira a não deixar lixo, não estragar o equilíbrio das coisas.

Não acho que a cidade seja ruim também... pra quem vive na cidade, temos muitos benefícios também, prezo muitos deles. Mas os nossos de pessoas da cidade geram tanto lixo que ultimamente tenho me sentido meio mal de pensar a respeito.

Viajei e perdi o fio da meada....

E já é hora de pegar o menino na escola.

Um comentário:

  1. É realmente importante demais a vida no interior.
    Cresci lá. Vi porcos morrendo para virar comida - e decidi que aquilo não era o tipo de coisa que queria para mim.
    Via o dia clarear e anoitecer. E agora, morando em cidade grande, vejo o quanto isso fará falta para meu filho.
    Minha sorte é ainda ter pais no interior, e saber que todas as férias serão no sítio!
    Acho que se for pesar em uma balança.... Vida de interior ganha!
    As facilidades que temos aqui não compensam a qualidade de vida que se tem lá.

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