sábado, 21 de abril de 2012

Blogagem coletiva sobre infância e consumismo


A convite da Paloma
Com atraso, mas está aqui!
Escrito pelo Henrique (o pai) ;)

Brincando de ter
Lutar contra o consumismo  é tarefa árdua de vida inteira, contra vícios e confortos.

Ele é cultural antes de tudo, uma escolha feita por nossos pais para nós   e consequentemente nossa para nossos filhos. Selamos pelos nossos pequenos o contrato com esse modo de vida, na esperança de garantir à eles uma vida com segurança e conforto. Ninguém tem direito de condenar isso.

A responsabilidade dos reguladores do consumo é enorme tratando disso.

Desde o momento que a publicidade deixou gradualmente de ser informativa para ser emocionalmente apelativa, as crianças viraram alvo fácil. A expressão “mais fácil que roubar doce de criança” deveria ser mudada para “mais fácil que vender doce pra criança”...

Desde que o bacuri aqui de casa nasceu, percebi como ele é puro coração. Toda criança é, para o bem e para o mal. Se ela for atingida certeiramente por imagens alucinantes associando uma canetinha qualquer à aventura diversão ou status social, ela vai acreditar nisso. Consequentemente os pais serão atingidos, pois o sentimento de “prover” é imediato (o mesmo sentimento que nos leva à assinar metaforicante o contrato com consumismo, rs)... não que eu ache que seja impossível negar, mas ouvir o filhote pedindo algo, mexe em algo profundo e ancestral dentro dos sentimentos familiares... São muitos sentimentos em jogo, das crianças e dos pais. Isso é muito sério.

A propaganda no geral opera na lógica do “você é o que você tem”. Isso sendo inchuminado na cabeça de uma criança, que PRECISA ser socialmente aceita, por ser dependente e frágil , é no minimo desastroso. Com isso não é de se estranhar que “ter” virou em si uma diversão. Brincar com o objeto desejado não é objetivo. Comprá-lo basta. Só que essa é uma diversão muito curta e rápida, que precisa de repetidas doses, num circulo vicioso de carência sem fim.

Um adulto supostamente tem condições psicológicas de lutar contra isso, mas uma criança não. Ela precisa demais da gente para se dar ao luxo de negar nosso modo de vida, ela não tem essa independência.

Sob pretextos esdrúxulos como “liberdade de expressão” a publicidade luta contra as tentativas de regulamentar sua abordagem nos pequenos. Não é a liberdade de expressão que está em jogo, mas sim a responsabilidade de expressão. Vivemos teoricamente num estado de responsabilidade social,  os comunicadores trabalham sob concessão estatal. Eles têm SIM responsabilidade sobre seus conteúdos e sobre a formato deles.   

Outro argumento comum é que a responsabilidade é dos pais. Que devem educar seus filhos à consumir o necessário à uma vida confortável, sem se render aos inofensivos apelos da propaganda. Isso é absurdo. A propaganda hoje é viral, ela se espalha por qualquer midia disponível. Para impedir que o Linus deseje, sei lá, um liquidificador do correspondente futuro ao Ben 10, eu precisaria criar em torno dele cordão de isolamento parrudo, mantê-lo sob forte vigilância, impedi-lo inclusive de conversar com os colegas, selecionar seus amigos, já que a propaganda é tão cultural que praticamos ela diariamente, pagando por isso ainda por cima. Essa vida num faz sentido para mim. Não acho aceitável manter meu filho numa bolha moral só porque os comunicadores estão dispostos à qualquer coisa pra vender a mais nova quinquilharia.

Para se imunizar de tudo isso só resta tapar os olhos, os ouvidos e a boca.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A pequena invasora.

Hoje de manhã apareceu uma invasora muito folgada aqui em casa, sorte a dela que ela era fofa. Uma gatinha filhote que não se abalou nada nada com a gente, nem espantando, nem pegando no colo, nem com as gatas donas da cada, nem com o Linus! E ele adorou correr atrás dela e pegar no colo, coisa que ele sempre tenta com as outras e nunca consegue! Como já falei aqui, ele é doido com os bichinhos, tipo a Felícia... e nem assim a menina se abalou, parecia que já era de casa... será que ela vai ficar visitando?

quarta-feira, 11 de abril de 2012

18 meses!


Completamos 1 ano e meio dia 5!

Agora o Linus já parece um molequinho,  já anda, já corre, já faz birra, já fica puto, dá risadas sociais, faz charme!

E o que aconteceu de novo:

- Cortei a franja dele bem curtinha, o que foi um acidente porque ele não pára quieto, mas ficou fofo.
- Come sozinho várias vezes, mas várias ainda tem preguiça
- Decidiu que quer comer arroz puro sempre
- Pegou gosto por comer leite em pó, que eu coloco na receita do pão e ele sempre quer comer
- Quando alguma coisa não acontece do jeito que ele quer ele dá belo dum grito puto da vida se agachando e apertando todo e logo passa, é até engraçado. Quem não conhece ele fica até sem graça.
- Corre e corre e corre
- Pede pra gente colher as frutas pra ele comer (a gente tem acerola, laranja e mexerica no quintal)
- Gosta de tomar chá de manhã
- Tem complicado muito a nossa vida na hora da troca de fralda
- Às vezes decide que eu tenho que ir fazer xixi e me faz sentar no vaso, pegar papel, jogar no lixo pra ele dar descarga
- Pegou muito gosto pelos livrinhos
- Dá tchau com o movimento certo, que antes que mexia a mão pra cima e pra baixo
- Faz gestinho de não com o dedinho que eu não sei onde ele aprendeu porque a gente não faz
- Faz carinho e dá beijo
- Já entende muito do que a gente fala, muito mesmo, tudo que faz parte da rotina, é só a gente falar que ele já sabe onde ir, onde pegar, o que vamos fazer.
- Já passeou algumas vezes só com o pai e se comportou melhor sem mim!
- E agora ele fala! Uhu! 

O pequeno- pequeninho vocabulário do Linus com um ano e meio:


Mãá - mãe
Máãin - mais
Té - teta
Esse - esse
Nã - não
Á-m - água (uma vez no banho ele falou água bem certinho)
Tá - tá (de tá bom)
Pã - pão
Bana - banana

Difícil é tentar escrever o que ele fala!

Um ano e meio é muita fofice!

Móóóiiintaaaaa fóóófiiiiceeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

A gente explode de tanta fofice todo dia!


quarta-feira, 4 de abril de 2012

Os pequenos grandes medos maternos

Eu tenho uns medinhos, que eu sempre penso "tomara que não aconteça! Se acontecer vai ser uma merda."... mas nada sério de verdade e que muito provavelmente vão acontecer..... são eles:

- Medo do Linus fazer cocô no banho
- Medo de ver lombriga na fralda
- Medo de ele lamber a sola do sapato (já aconteceu)
- Medo do Linus usar merda como tinta de parede
- Medo de ele acordar antes de ter descansado o suficiente (sempre acontece)
- Medo da birra no metrô, no ônibus... e outros lugares onde não temos muito o que fazer (sempre)

Acho que tem mais, mas não lembro!

domingo, 1 de abril de 2012

Importância de acolher, respeitar e semear.

Ontem fui com uma amiga grávida de 4 meses na inauguração do Espaço Nascente e fizemos duas oficinas. A primeira delas era sobre corpo, emoções e parto... e mesmo não estando grávida, participei e foi muito legal pra mim, pude pensar em muitas coisas do que eu estou gestando agora na minha vida, que não é meu filho, mas de certa forma são coisas que estão se transformando na minha vida. Mas o ponto não é esse, o ponto é que esse tipo de encontro é crucial na vida da grávida. Eu mesma pude vivenciar um encontro desse tipo quando estava grávida e pra mim fez toda diferença, por mais que eu já soubesse o que queria, toda a conversa e a maneira como essas doulas abordam o assunto, com amor, cuidado, delicadeza e encorajamento faz toda a diferença! É nessa hora que você sente o carinho que aquele momento pede, não é questão de fazer ou não a cirurgia, de doer ou não ou seja lá o que for que esteja passando pela sua cabeça e sim que todo mundo está se esquecendo de te acolher e mostrar que o que vem vindo é amor e que é isso que você quer dar pro seu filho, esse carinho e amor ao trazê-lo pro mundo! Por mais que eu pesquisasse, conversasse e tivesse pessoas me apoiando, eu não tinha ainda alguém que tivesse essa sensibilidade de pensar no parto com tanto amor ao invés de somente uma coisa que eu vou ter que vivenciar de um jeito ou de outro. Alguém que também fosse mulher, fêmea parideira, que ama poder ter esse poder e semear coisas boas em volta do parto. E é preciso criar um momento pra tudo acontecer, é preciso criar intimidade, fazer com que as pessoas se abram e se conectem aos seus bebês e se deixem sentir, sentir o que a intuição manda, é preciso fazer aquela pessoa se sentir bem vinda, seja a mãe, seja o filho, seja o pai... é nessa hora que cai a ficha! É isso que quero passar pro meu filho, que ele se sinta acolhido, respeitado e amado. Pelo menos foi assim comigo... já não era mais uma questão de me cortarem ou não, mas sim de fazer esse caminho da maneira mais amorosa possível. E como isso acontece pouco! O que mais falam são coisas inúteis, senão trágicas! Minha gente, cadê o bom senso?! Se você quer fazer parte, dar um pitaco, seja sensível pra perceber que não se trata de disputa de verdades e sim uma nova relação com a vida que se transforma! não tem verdades, tem só transformação! Se tem uma verdade é que a gente precisa se abrir e receber com amor.

E a segunda era sobre banhos de ervas e foi muito legal também, coisas boas e naturais são sempre boas e se sentir cuidado com todo o ritual que é colher, cozer, oferecer ou seja como for, é sempre gostoso e eu acredito que o conjunto todo faz muito melhor que você ir na farmácia, comprar um comprimido e tomar e continuar sua vida seca e solitária. E fiquei pensando nessa coisa toda de se sentir cuidado e quanto isso faz bem pro coração, pra alma, pro espírito, pra saúde mental, pra saúde física! Pra tudo! E com o mundo tem elimidado tudo isso como se não fizesse diferença, como se todos fosse auto-suficientes ou sei lá o que! E como isso não faz sentido algum... porque quanto mais o corpo pede, mais é sinal de que alguma coisa está faltando... e o que está faltando é acolhimento, respeito e espalhar tudo que você acredita que é bom.


Um ps. aqui.

Eu fiquei pensando nisso tudo e na real o negócio é realmente plantar coisas boas pra colher coisas boas, tudo leva tempo, tanto pra cultivar, ou desfazer. Eu por exemplo, não fui fui acolhida quando nasci, nem na infância ou adolescência... e só fui descobrir o que é ser cuidada com amor quando já era adulta e fui aos poucos me permitindo ser mimada, ser cuidada, ser ajudada... e ainda hoje tenho dificuldades de lidar com isso, e olha que o mais óbvio seria gostar e aproveitar esse tipo de coisa! Mas não... quando se passa tanto tempo vivendo sozinha e tendo que se virar com os próprios sentimentos, a gente cria uma armadura inquebrável e tem sido um esforço fenomenal da minha parte pra mudar isso e ainda me vejo sendo grossa, seca e indiferente em muitas situações que pedem exatamente o oposto. E é preciso quebrar essa corrente de frieza, por mais que leve anos... porque esse movimento com certeza trará coisas melhores ao mundo e a você mesmo. Pelo menos é o que eu acredito. E vejam o progresso, hoje eu acredito em alguma coisa rs.